O AMUO DUM VELHO SENADOR
Impressionou-me positivamente a postura serena de um Presidente que parte e a força convincente de um Presidente que inicia funções. Cavaco Silva inspira confiança, garante credibilidade, transmite segurança e irradia a alegria tranquila de um Presidente que, gostando muito do seu País, quer estrategicamente trabalhar com todos os Portugueses. O seu discurso foi claro quanto ao plano de acção que traçou para o seu mandato. O novo Presidente fez apologia do mérito na escolha de pessoas que exerçam altos cargos públicos não eleitos, preconizou uma nova cultura de rigor e exigência, e definiu cinco grandes objectivos estratégicos para que o País possa ultrapassar as dificuldades com que se debate: Desenvolvimento económico; educação e qualificação dos recursos humanos; criação de um sistema de justiça prestigiado; garantia de sustentabilidade, a médio e longo prazo, do sistema de segurança social; e credibilização do sistema político português. Que melhor início poderia ter para um primeiro dia de mandato?
Num dia de festa em que foi patente o esforço de unidade nacional promovido pelo novo Chefe de Estado houve dois factos que destoaram: a irritabilidade dos partidos conservadores de esquerda, patente na indiferença com que participaram na cerimónia de posse do Presidente; e o amuo inesperado de Mário Soares. Se aos primeiros não há que dar importância, a Mário Soares nenhum democrata pode dispensar-se de o censurar pela deselegância de não ter cumprimentado pessoalmente o Presidente empossado. As especiais responsabilidades que contraiu no País e o respeito com que é olhado por todos os portugueses não lhe permitem ter comportamentos indignos. Ao não participar na cerimónia final de cumprimentos ao novo Chefe de Estado, Mário Soares desonrou o seu nome, deu mostras não democráticas de mau perder e, amuando, insultou os portugueses. Foi pena…
1 comentário:
Caro irritante,
Depois de ler o seu texto, vieram-me à memória os momentos logo após o conhecimento dos resultados da 1ª volta das eleições presidenciais, em que o "velho senador" cumprimentou o vencedor das eleições.
Uma só reflexão se impõe: o Dr. Mário Soares usou de muita hipocrisia quando felicitou o Dr. Cavaco Silva !
E como menino "birrento" que é teve a deselegância de não cumprimentar o novo presidente da República, sabendo - imagino eu - que as televisões não perderiam pitada do assunto. É de mau perdedor e de muito má educação. Analisando o que se passou e se pensarmos que este tipo de carácter acompanhou o "velho senador" durante grande parte da sua vida, chegamos à conclusão que o provérbio francês que diz que "chassez le naturel et il reviendra au galop" tem muita aplicação !
E talvez algumas das atitudes tomadas por este "velho senador" birrento se percebam agora melhor...
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