quarta-feira, junho 28, 2006

HONRARIAS E INUTILIDADES


Li num dos jornais diários de referência nacional que os gabinetes ministeriais podem, à face da lei, recrutar para seu apoio directo um Chefe de Gabinete, cinco Adjuntos e quatro Secretárias pessoais. Podem, além disso, ter ao seu serviço os Assessores que entenderem, sem qualquer limite.

Também se soube que o Chefe de Gabinete tem um vencimento igual ao de Director Geral e os Adjuntos 80% do vencimento daquele alto Dirigente, para além de despesas de representação e, em certos casos, de ajudas de custo. Ignoro o que ganham na função as Secretárias pessoais e os Assessores. Sabe-se, no entanto, que estes últimos usufruem de rendimentos avultados, na maioria dos casos muito superiores aos vencimentos dos próprios Governantes para quem trabalham, negociados caso a caso em função do seu valor de mercado e experiência curricular.

A isto tudo há que acrescer para a maioria daqueles fiéis servidores o direito ao uso privado de viatura do Estado, geralmente novinha em folha, para não desmerecerem dos governantes que os contrataram.

Com a multidão de Ministros, Secretários de Estado, Subsecretários de Estado e Equiparados que compõem o actual Governo Português saberá o leitor quantos Chefes de Gabinete, Adjuntos, Assessores e Secretárias pessoais estão ao serviço de Suas Excelências? Para não ficar IRRITADO nem me atrevi a contá-los. Para não ficar mais irritado ainda também me dispensei de proceder ao cálculo das despesas inúteis que o Erário Público suporta com tamanhas criaturas.

Na maior parte dos casos o seu trabalho ou é inútil ou é despiciendo. Não acrescentam nada de novo para o Governante que, quase sempre, se serve, e bem, do trabalho sustentado de Direcções Gerais profissionalizadas.

Quando tanto se fala em contenção de custos não poderíamos começar a dispensar 80% desta gente?