quinta-feira, outubro 26, 2006


QUE MAL FIZEMOS NÓS SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO?

Além de dois milhões de portugueses que ou são pobres ou vivem já abaixo do limite mínimo da dignidade humana, a chamada classe média tem vindo a definhar-se assustadoramente desde que o inefável José Sócrates ocupou a pasta de Primeiro-ministro de Portugal. Isto é especialmente notado no âmbito do funcionalismo público, entendido este em sentido amplo onde se incluem também os agentes políticos e membros dos próprios órgãos de soberania. Os do sector empresarial do Estado, especialmente os seus diligentes administradores, não contam para o caso, porque esses vivem num outro País em que as dificuldades nunca abundam (veja-se os Chairmen, CEO, Administradores e Directores do BANCO de PORTUGAL, CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, TAP, REFER, CP, METRO, GALP, RTP, RDP…).

Por não terem, há anos, aumentos salariais correspondentes, no mínimo, aos valores da inflação, o seu poder de compra é hoje muito menor do que era há dois anos atrás. Não surpreende por isso que famílias com rendimentos mensais da ordem dos € 5.000,00 se vejam hoje em sérias dificuldades para honrar os compromissos correntes e os contraídos extraordinariamente como é, por exemplo, o caso do pagamento das prestações mensais do carro e da sua própria casa de habitação. Se portugueses com aquele nível de rendimento se encontram em situação financeiramente difícil, que dizer das famílias das classes média-média e média-baixa, em que os salários são significativamente mais baixos? É fácil adivinhar o que passa nas famílias portuguesas próximas dos salários mínimos ou abaixo deles. Muitos estarão já na antecâmara da indigência.

Apesar de tudo o Orçamento do Estado para 2007 prevê um aumento generalizado de 1,5% para toda a função pública, entendida em sentido amplo. É pouco mas é algum, o suficiente apenas para que o seu empobrecimento se faça nesse ano mais devagar.

Não se entende a razão pela qual ficaram de fora deste ignóbil aumento os aposentados com pensão acima de um determinado valor. Porquê? Terão eles que empobrecer mais depressa ainda? Um ex-funcionário que se tenha aposentado há quatro anos tem hoje um nível de rendimentos inferior em mais de 10%. Não foi aumentado durante todos esses anos e o aumento de preços subiu sempre durante todo esse período. Por que razão não foram contemplados para 2007 com o miserável aumento de 1,5% previsto para os restantes funcionários e agentes do Estado? Não terão eles também esse direito? Não será esta decisão do Governo uma medida segregadora de portugueses, cujo execrável crime é estarem reformados e terem já pago, com os seus descontos, as pensões de outros que ainda o são ou já faleceram? Estes ex-funcionários estão a ser amplamente penalizados para o ano de 2007: vão pagar mais impostos do que pagaram nos anos anteriores e vão ganhar 2,5% menos do que ganharam em 2006.

Será isto justo? Não será isto um acto de inaceitável discriminação? Que raio de socialismo é este dum Governo que se diz Socialista? Para ganhar as eleições foi, poventura, prometido congelar os salários, aumentar os impostos e segregar portugueses?

Assim não, Engenheiro José Sócrates? Já sabe o que se passa na Hungria, pois sabe? Se sabe prepare-se então para o pior. Quem mente e intruja terá sempre a recompensa que merece.

domingo, outubro 22, 2006

ASSIM NÃO, JOSÉ SÓCRATES

Foi como membro do Governo Socialista de António Guterres que fiquei a conhecer José Sócrates. E confesso que a impressão que então tive dele foi muito positiva. Distinguia-se, no meio da mediocridade geral, como sendo um governante determinado, de convicções fortes e com ideias concretas para as áreas do ambiente que então tutelava. Francamente gostava do Ministro José Sócrates.

Já não gostei nada de o ver como comentador político de televisão. Nem dele nem do seu parceiro da altura. Fez-me, nessa qualidade, lembrar os meninos cábulas da escola que estudam bem a lição de casa, mas que não passam disso mesmo na hora da verdade. Papagueiam bem mas não convencem nada acerca do que dizem. Os comentários que produzia eram chochos, sem profundidade analítica e, o que é mais preocupante, sem qualidade intelectual. José Sócrates nunca revelou ter um pensamento próprio sobre nada. Todo ele era superficialidade.

Curiosamente vence as eleições para Secretário-geral do Partido Socialista. Graças à visibilidade pública que lhe dera a televisão enquanto comentador político com o parceiro que paradoxalmente ascendera entretanto a Primeiro-ministro de Portugal, foi assim possível que um homem mal preparado e, intrinsecamente, de uma direita ultrapassada, derrotasse os dois candidatos da esquerda do PS.

Em eleições antecipadas, com a coligação PSD-CDS politicamente desfeita e à falta de soluções mais credíveis, José Sócrates chega, por bambúrrio da sorte, a Primeiro-ministro. Prometeu mundos e fundos ao povo português para que este lhe confiasse a governação do País. E o povo confiou e fez dele Primeiro-ministro.

Uma vez no poder fez tudo ao contrário do que havia prometido. Aumentou os impostos quando havia prometido baixá-los; atacou todas as classes profissionais quando se havia comprometido a apaziguar a sociedade portuguesa; insultou os magistrados e juízes; enxovalhou os funcionários públicos; maltratou médicos e professores; foi ao bolso dos pensionistas e até os deficientes foram também alvo da sua fúria devoradora; não escaparam os próprios autarcas e o Governo Regional da Madeira, especialmente o seu Presidente.

Tudo em nome do reequilíbrio do famigerado défice orçamental. Entretanto a economia esmoreceu, a despesa pública aumentou, o défice não se reequilibrou, o investimento estrangeiro desapareceu, as multinacionais fugiram e fogem do País, o desemprego cresceu, os pobres tornaram-se cada vez mais pobres, a classe média perigosamente definhou.

Portugal é, por acção deste Primeiro-ministro, um País desanimado, sem uma estratégia clara de futuro, complexado no cômpito dos seus pares da União Europeia, e já bem no limiar de uma perigosa convulsão social. Os sinais estão à vista. O autismo do Primeiro-ministro e dos membros do seu Governo não os percebem, mas eles estão aí. Que o digam as manifestações, as greves, a indignação generalizada. Confesso que este Governo definitivamente não serve e não presta. É um Governo cuja linha de rumo foi, desde que tomou posse, a trapalhice e o ataque sistemático aos portugueses.

ASSIM NÃO, JOSÉ SÓCRATES. Para mal do seu PS e dos Portugueses o Senhor já não tem emenda, é irritante e deixou de ter a confiança dos que em si votaram. Só um caminho lhe resta: demitir-se e deixar que o povo escolha um outro Primeiro-ministro; mas um Primeiro-ministro que, de uma vez por todas, fale sempre verdade, que diga no seu programa eleitoral o que tenciona fazer se for eleito e que prometa nunca mais intrujar o povo português. Estou farto de ser insultado e enganado por VOSSA EXCELÊNCIA e pelos ajudantes que o rodeiam.