A DEPUTADA Dona COTA
O Partido Socialista Português entendeu dever criar legislação específica que obriga a Assembleia da República a ter pelo menos 33% de deputadas. Surpreende-me esta medida, vinda de quem vem. Então por que não as tem já? Por que razão não aplicou esta regra aos membros do actual Governo? E por que não o fez também nas empresas ou instituições de capitais públicos tipo Banco de Portugal, TAP, RTP, IEP, REFER ou Caixa Geral de Depósitos? Não teria sido interessante que, para o período que agora se iniciou, o Banco de Portugal tivesse, pela primeira vez, uma Dra. CONSTÃNCIA como Governadora?
Para entrar na política, precisará a mulher portuguesa de uma lei de favor que a obrigue a fazer política, goste ou não goste, tenha ou não tenha vontade de ser política? Então para que serve o mérito e a luta, em concorrência com outras mulheres e homens, pela conquista do seu lugar numa Empresa, numa Associação, num Tribunal ou numa Escola? Não foram já, em Portugal, as mulheres capazes de serem juízas, médicas, professoras, gestoras, empresárias, funcionárias públicas, polícias, pilotos, ministras e secretárias de Estado..., sem o apoio de qualquer tipo de cota? Não houve já uma Primeira-Ministra em que as alavancas utilizadas foram apenas a força da sua competência, a solidez do seu currículo e a firme vontade de, uma vez convidada, ser Primeira-Ministra de Portugal?
As mulheres portuguesas não querem situações de excepção; querem simplesmente ter as mesmas oportunidades que têm os homens, competindo com eles e com todas as mulheres, em igualdade de circunstâncias, sem favores nem discriminações.
Aquilo que o PS deseja fazer pelas mulheres é uma indignidade que as menoriza; trata-as como se fossem cotas de um qualquer mercado de valores mobiliários. Isto é uma vergonha...!!!