segunda-feira, fevereiro 27, 2006

COm ADRIAANSE ou SEm ADRIAANSE?


Será o Senhor Co Adriaanse a pessoa indicada para treinar o Futebol Clube do Porto? Terá ele o perfil adequado a uma equipa que tem dominado durante as duas últimas décadas o futebol português? Nunca tendo ganho nada de relevante no seu País, terá aquele treinador consciência de que a equipa que agora dirige é uma das mais prestigiadas equipas europeias e mundiais?


IRRITA-ME dizê-lo mas penso que Co Adriaanse não tem perfil para treinar o FCP. Porquê? Porque não tem sabido ser um bom gestor dos recursos humanos que lhe puseram à disposição, dispensando uns, mal tratando e expulsando outros e ostracizando todos aqueles que emitam publicamente um juízo diferente da sua opinião; porque, ao fim de oito meses de convivência e treino diário, não conseguiu ter uma equipa consistente, organizada, confiante e vitoriosa; porque ainda não percebeu que a cultura dos portugueses e a mentalidade dos atletas que compõem a equipa que treina não é a cultura e a mentalidade do País que é o seu; porque não percebeu que os atletas que actuam em Portugal não podem ter, no Natal e Ano Novo, quinze dias de folgas totais; porque ainda não percebeu que os futebolistas do FCP têm que trabalhar duramente todos os dias, haja ou não haja festa, à semelhança do que acontece com maioria dos atletas europeus, especialmente ingleses; porque não conseguiu ganhar nenhum dos três jogos que já disputou em Portugal com o Sport Lisboa e Benfica e o Sporting Clube de Portugal, nem se prevê que seja capaz de algum dia lhes ganhar, ou ganhar algum jogo que se revista de importância decisiva; porque é um homem de ideias fixas, arrogante, telhudo e incapaz de entender o mundo desportivo que o rodeia, o Senhor Co Adriaanse não é o homem certo no clube certo.


Custa entender que um jogador com a qualidade de Diego não faça parte das convocatórias habituais duma equipa cujo meio campo se encontra órfão de um organizador nato; não se percebe por que é que um jovem jogador, como é o Anderson, tenha vindo para Portugal rotulado de reforço de Inverno, e ande inexplicavelmente a vegetar por um torneio menor, sem prestígio, fisicamente perigoso e porventura inibidor da formação de um jovem e de um grande jogador ao serviço do FCP. Melhor teria sido que o tivessem deixado progredir no clube brasileiro onde jogava com regularidade, marcava golos, dava espectáculo e atraía multidões.


Poderão dizer-me que o Futebol Clube do Porto até vai à frente no principal campeonato português; é verdade que ainda vai. Mas a Champions League já foi; o Campeonato está em vias de ir; e a Taça de Portugal dificilmente não irá também.


IRRITA-ME Senhor Co Adriannse ter que lhe dizer que só tem dois caminhos a seguir: ou deixa de inventar e organiza de vez uma equipa consistentemente ganhadora; ou não é capaz e o caminho que tem à sua frente não pode passar mais pelo Futebol Clube do Porto. Decida-se.


segunda-feira, fevereiro 20, 2006

CHAIRMAN e CEO

O dia 9 de Março de 2006 vai marcar o início de um novo período político da sociedade portuguesa: Cavaco Silva e José Sócrates vão ser, respectivamente, o Chairman e o Chief Executive Officer de todos os portugueses. Durante os próximos dez anos serão estes dois homens que vão ter os destinos de uma grande empresa chamada Portugal. Se um vai definir a visão e os grandes objectivos estratégicos de Portugal, o outro vai conceber, planear e, especialmente, executar os planos, programas e orçamentos da Empresa de que ambos passarão a ser os primeiros responsáveis.
Os partidos de que são oriundos passarão a ser por eles condicionados e não o contrário. O PS e o PSD passarão a ser apenas os símbolos de um poder e não o poder. Vai dar-se como que um acordo tácito de não ingerência nos poderes do Chairman Cavaco Silva e dos poderes do CEO José Sócrates. A crise obriga, os portugueses desejam-no, o futuro do País o impõe. O voto de confiança dos portugueses é hoje inequivocamente para estes dois Homens de Estado. É o seu tempo. Não é, por muito tempo, o tempo dos partidos políticos...!!!

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

CORTE DE GASTOS INÚTEIS

Segundo o PÚBLICO do passado dia 28 de Janeiro o Presidente da Bolívia, Evo Morales, decidiu, numa atitude de reequilíbrio das finanças públicas do seu País, diminuir em mais de 50% o seu próprio vencimento. Decidiu também que idêntica medida fosse aplicada a todos os ALTOS FUNCIONÁRIOS do Estado e a todos aqueles que, duma forma ou doutra, estivessem a ser pagos por dinheiros de origem pública. Segundo ele , esta seria uma das primeiras medidas de austeridade que decidia tomar, para que assim começasse a sobrar dinheiro para assuntos de claro interesse nacional como são, por exemplo, os assuntos relacionados com a educação e a saúde de todos os bolivianos.
E se uma medida destas fosse aplicada a Portugal? Na prática já está em parte a ser, dado que o poder de compra de todos os funcionários diminuíu em mais de 7% desde os últimos seis ou sete anos.
Mas há medidas concretas que, se aplicadas imediatamente, bem poderiam contribuir para a redução do défice público português. Eis, a título de exemplo, algumas, muito simples: redução do número de Membros do Governo para metade dos que há hoje; redução para um terço do número actualmente existente de Chefes de Gabinete, Assessores, Adjuntos, Consultores e Secretárias pessoais que, atropelando-se uns aos outros, enxameiam os diversos Gabinetes Governamentais; redução do número de Comissões de Apoio e do número de Pareceres inutilmente pedidos a Jurisconsultos e outros Auditores Externos; redução em 50% do número de viagens ao estrangeiro do Senhor Presidente da República, dos Deputados e dos Membros do Governo e Pessoal de Apoio, reservando-se as deslocações oficiais às de inequívoco interesse nacional; proibição, por um período de 5 anos, de compra de novos automóveis e redução da frota que se encontra ao serviço dos membros do Goveno e do seu staff de apoio...
Que acham destas medidas? Mas há mais, muito mais que me IRRITA não dizer por ora...Prometo voltar ao assunto.
HÁ SEMPRE VIAGENS PARA ALÉM DO DÉFICE

Tenho que ser franco; IRRITA-ME que o Senhor Presidente da República passe a vida a passear-se por tudo o que é mundo. Ele é o Japão, ele é a América, ele é a Espanha, ele é a Polónia, ele é o Brasil, ele é Macau, ele é agora também Timor Leste. Para quê? Que frenesim ...!!! Só lhe falta ainda, como fez o seu antecessor, passear-se encavalitado numa qualquer tartaruga gigante, algures numa ilha longínqua..!!!
Para quem tanto prega que o País vive uma situação de aperto financeiro, para quê tanta viagem? Quanto é que elas custaram ao depauperado Orçamento do Estado? Seria interessante que os Portugueses conhecessem quanto gastou o Senhor Presidente da República nos seus dois mandatos só com viagens oficiais. Mais interessante seria ainda conhecer que benefícios concretos advieram para o País dessas mesmas viagens.
Dizem que não há dinheiro para a Saúde, para a Educação, para a Justiça; dizem que a Segurança Social está prestes a falir. Se é assim por que continua o Senhor Presidente da República cessante a viajar-se "à grande e à francesa", a pouco mais de quinze de dias do fim do seu mandato?
IRRITA-me tanta falta de senso comum...!!!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

SINDICATOS E SINDICATOS


Ao ler hoje uma das páginas do relatório que, no já longíquo ano de 1987, tive de elaborar como resultado de uma bolsa de estudos que então me foi concedida pelo Conselho da Europa, não resisto à tentação de, quase vinte anos depois e a propósito do papel dos Sindicatos da Suíça, citar o que então escrevi:

"Na Suíça há Sindicatos praticamente para todas as profissões. Ao contrário do que acontece em muitos países, aqui os Sindicatos não se limitam a obter vantagens a favor dos seus associados, mas esforçam-se igualmente, numa atitude de equilíbrio consciente, por preservar e lutar pelo interesse económico colectivo quer dos sindicalizados, quer da empresa, quer do País. Graças a esta política sindical, de resto compreensivelmente aplicada pelos próprios trabalhadores, na Suíça praticamente não há greves ou têm sido muito raras...".

No nosso País a consciência colectiva de Sindicatos, Empregadores e Empregados tem sido IRRITANTEMENTE outra: cada um trata de si e dos interesses estabelecidos; que importa o País?!!!
SOVIETES SUPREMOS E PARTIDOS

Quem estiver atento ao que se passa nos Partidos verificará facilmente que há uma IRRITANTE falta de qualidade dos seus quadros dirigentes. A maioria exerce essa função como primeira e exclusiva forma de vida: apenas sabe o que é o Partido, a forma de o usar e o que ele representa para segurança definitiva da sua própria carreira profissional, e da dos seus familiares e amigos. O Partido é a sua extrema vocação e profissão. Amam-no em exclusivo e por exclusão de partes.
IRRITA-ME que grande parte dos dirigentes não saibam o que é a vida real, não tenham chefiado um serviço, dirigido uma instituição ou criado uma empresa. Parasitam na sociedade que querem dirigir e modificar, sem conhecerem o risco; são em geral bem falantes e falam de tudo, falam muito e a toda a hora; arrogam-se duma espécie de direito consuetudinário que não pode ser posto em causa por ninguém. Quem o tentar é irremediavelmente ostracizado.
O problema grave é que não há pessoas diferentes que ousem enfrentar a situação. E compreende-se que não haja. Enquanto se mantiver o domínio dos sindicatos de votos que intencionalmente se foram organizando ao longo dos tempos, a actual nomenclatura reinante estará para dar e durar. É difícil saber como será possível acabar com esta espécie de sovietes supremos que, minando a pureza dos alicerces morais dos Partidos democráticos, se vão perpetuando no poder, sem fim à vista.
Será possível fazer uma revolução democrática? Mas que tipo de revolução? Por quem? Com quem?
A JUSTIÇA RESPEITA O CIDADÃO?

Fui notificado por um Tribunal para comparecer às 09:30 horas da manhã de hoje para, como testemunha a favor do Estado, prestar declarações em audiência de julgamento, num processo crime por abuso de confiança fiscal. Às 12:30 horas, isto é, três horas depois de ter sido confirmada a minha presença física no Tribunal, foi-me dito, como às restantes testemunhas abonatórias do Estado, que já não prestaria declarações na hora e data previstas, mas uma semana depois. Não acham que isto é IRRITANTE?
Por que razão se não dignou o Senhor Juiz do processo informar-me antes das 12:30 horas? Que razão leva um Juiz a convocar 4 testemunhas dum processo para a mesma hora, sabendo perfeitamente que as declarações vão ser feitas em horas diferentes? O que diria o mesmo Juíz se, como doente dum consultório médico, tivesse, com outros 4 doentes, uma consulta médica para a mesma hora, sendo informado, três horas depois, de que a mesma se adiaria, sem nenhuma justificação , para uma semana mais tarde? Não ficaria o mesmo Juiz IRRITADO? Eu ficava, e no caso dele mudava de médico. A diferença é que não posso mudar de Juiz...!!!