segunda-feira, dezembro 31, 2007

UM HINO À LIBERDADE


Se tivesse que distinguir alguma Entidade do Ano que está prestes a terminar, essa Entidade seria, sem favor, a Comunicação Social Portuguesa. Quando num País a Justiça não funciona, a Educação é fraca, a Saúde é um bem raro e inacessível, os políticos são covardes e algumas castas do mundo financeiro engolem tudo, vale-nos a Comunicação Social para tudo desmontar e dizer que a sociedade não vai bem.

Sem os jornalistas dificilmente saberíamos que há empresários gananciosos, gestores corruptos, partidos políticos vendidos ao capital, juízes injustos, polícias sanguinários, magistrados comprados, Chefes de Governo mentirosos, seiscentos mil portugueses desempregados, dois milhões de cidadãos na miséria ou no limiar da pobreza, pedófilos escondidos, prisões desumanizadas, terrorismo organizado, tráfico de influências, sociedade de futuro duvidoso. Sem os jornalistas dificilmente tomaríamos conhecimento dos escândalos que abalam a sociedade. Sem uma comunicação social livre dificilmente teriam vindo a lume os casos FreePort, Portucale, Casa Pia, Millennium BCP, Universidade Moderna, Universidade Independente, licenciatuta de José Sócrates, viagens sumptuosas dos membros do Governo, viagens fantasmas de deputados, pensões indecentes do Banco de Portugal e da Caixa Geral de Depósitos, pensões vitalícias de políticos sanguessugas, cruzamentos e atribuição de lugares entre amigos no seio de empresas de capitais públicos(REFER/CP) e o episódio Margarida Moreira/Fernando Charrua.

Pelas razões apontadas atrevo-me, pois, a considerar a Comunicação Social Portuguesa como a entidade que mais mereceria as honras de Entidade do Ano. Um País que não tenha uma imprensa livre, uma rádio isenta ou uma televisão independente não pode ser considerado um País livre. Portugal, neste domínio, é felizmente um País livre e independente. Poderá não sê-lo noutras áreas, mas é-o claramente na área da Comunicação Social. Não é, além disso, possível vivermos em verdadeira democracia sem os jornais, a rádio, a televisão, os analistas, os comentadores, os “bloggers”, os humoristas e todos aqueles que, sem medo de represálias, manifestam publicamente a sua opinião.

Eu sei que o actual Primeiro-ministro não gosta de ser contrariado por opiniões diferentes da sua, que detesta ser publicamente contestado e que, se pudesse, os aniquilava a todos por mor de um poder pessoal que desejaria inquestionável. Mas vai ter que se habituar à ideia de que os seus erros vão continuar a ser objecto de apreciação pública, de que suas mentiras continuarão a ser badaladas, de que os truques utilizados para a obtenção de fins inconfessáveis continuarão sempre a ser também objecto da apreciação crítica dos portugueses, graças à abençoada Comunicação Social Portuguesa.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

PORTUGAL, UMA REPÚBLICA NACIONAL-SOCIALISTA?


Com o advento de Sócrates ao lugar de Primeiro-ministro passou Portugal a ser uma espécie de República Nacional-Socialista? De acordo com a Porto Editora o nacional-socialismo foi “um movimento ideológico e político chefiado por Adolfo Hitler que assentava fundamentalmente na supremacia do Estado sobre o indivíduo e na exaltação da superioridade da raça ariana em relação a todas as outras…”; foi, pois, “um regime totalitário” que se implantou na Alemanha entre 1933 e 1945, que teve como chefe absoluto Adolfo Hitler e como instrumento de aplicação na sociedade o Partido Nacional-Socialista.

Não se pode dizer, em abono da verdade, que o nosso País esteja a ser uma República Nacional-Socialista nos termos em que, acima, foi o nacional-socialismo definido, nem que Sócrates seja, ou venha a ser, um novo Adolfo Hitler. Nem Portugal é a Alemanha, nem o nosso Primeiro-ministro tem, para o bem e para o mal, a envergadura intelectual daquele ditador, nem os tempos de hoje são comparáveis aos tempos em que foi democraticamente possível desenvolver aquele regime, de tão má memória para a Alemanha e para o mundo. Mas lá que há tiques, sinais e comportamentos parecidos com tão hediondo regime, lá isso há. É só olhar à volta e vê-los a eito pelo País fora.

Desde que subiu ao poder Sócrates amordaçou o Partido Socialista, calou a opinião divergente de altos dirigentes e militantes, tornou amorfos os membros do governo e os deputados socialistas, estabeleceu uma poderosa rede nacional de delatores (a DREN e a senhora que a dirige é um dos expoentes máximos desta rede), criou poderes subalternos de obediência acrítica, perseguiu quem ousou fazer-lhe frente, ostracizou quem dele discordava, amansou com benesses e cargos públicos de relevo os que, pelo seu prestígio, poderiam criar-lhe algum tipo de dificuldade. Tudo isto ele fez no interior do Partido Socialista.

Mas na sociedade Sócrates foi muito mais longe: lenta e paulatinamente conseguiu dominar toda a máquina administrativa e empresarial do estado. Hoje já só há dirigentes socialistas em tudo o que cheira a poder, por menor que o mesmo seja. Há-os, aos montes, espalhados pelas instituições administrativas de saúde, pelos hospitais, pelos centros de saúde, pelos serviços centrais e regionais do Ministério da Educação, pelos Centros Regionais e Distritais de Segurança Social, pelas Empresas Reguladoras do Estado, pelos Institutos Públicos e pelas Empresas de capitais total ou parcialmente públicos.

Para cúmulo dos cúmulos, Sócrates não se quis ficar por aqui. Na voragem de um poder que pretende ver cada vez mais alargado sobre a sociedade portuguesa, está prestes a dar um outro salto. Depois de, por prosélitos da sua confiança, dominar a Caixa Geral de Depósitos e o Banco de Portugal, quer agora dominar também o maior banco privado português. Servindo-se da debilidade estrutural que tem vindo a abalar o MILENNIUM BCP Sócrates apressa-se a dominar também este poderoso grupo financeiro. Santos Ferreira, Armando Vara e Victor Fernandes serão os apóstolos da sua cruzada, os accionistas de referência os seus mensageiros coniventes…

Que ninguém duvide. Na sociedade portuguesa há, de 2005 até agora, um movimento pragmático e político chefiado por José Sócrates Pinto de Sousa que assenta fundamentalmente na supremacia do Estado Socialista sobre todo o indivíduo não socialista e na exaltação da seita socialista em relação a todas as outras que o não são; tal como na Alemanha dos meados do século XX, criou-se, desde 2005, também por via democrática, um regime totalitário que tem tido como chefe absoluto o licenciado José Sócrates Pinto de Sousa e como instrumento de aplicação na sociedade portuguesa o seu “PARTIDO Nacional SOCIALISTA”.

Como cidadão livre, independente e adepto do contraditoriamente diferente chateia-me este esquisito nacional-socialismo dos portugueses. Como sair desta modorra?

sábado, dezembro 22, 2007

UMA DERROTA INJUSTA

Estou a escrever, ainda a quente, depois de uma derrota inesperada do Futebol Clube do Porto no Funchal contra o Nacional da Madeira. Foi inesperada e injusta. Inesperada porque não seria pensável que os "azuis e brancos", atento o historial recente de resultados de uma e outra equipa, perdessem este jogo; injusta porque, em jogo jogado e em oportunidades de golo não convertidas, o FCP foi a equipa que mais mereceu a vitória. Mas um jogo é assim: nem sempre ganha o mais forte, nem sempre vence a equipa que mais ocasiões de golo cria. A imprevisibilade do resultado final de um jogo de futebol é uma das magias deste espectáculo que tanto encanta e arrasta multidões.

Depois de, finalmente, ter sabido ser corajoso no Estádio da Luz, desta vez só tenho dois reparos a fazer ao treinador Jesualdo Ferreira: Não se entende a razão de tanto insistir num jogador que, tendo já tido mais do que uma oportunidade para mostrar o que vale, nunca deu uma para a caixa, foi sempre uma completa desilusão. Se dúvidas ainda houvesse elas ficaram hoje definitivamente desvanecidas. Mariano González é um jogador banal que pode e deve ser colocado no mercado de transferências do próximo mês de Janeiro. No mínimo ponham-no a rodar numa outra qualquer equipa que lhe pague o ordenado que ainda não conseguiu justificar no clube, e que não tenha as responsabilidades do FCP. Impressiona-me como é que este atleta conseguiu chegar a internacional da poderosa selecção da Argentina. Há fenómenos que não consigo entender.

Mas se Jesualdo Ferreira falhou ao escalonar Mariano González para o jogo com o Nacional da Madeira, falhou também ao não proceder à sua substituição quando, já a perder por 1-0, quis, e bem, mudar o rumo dos acontecimentos. Tê-lo mantido em jogo significou, quase sempre, dar um trunfo ao adversário, foi como se FCP estivesse em campo com menos um jogador, tamanha era a sua inutilidade prática. Por que não saiu ele e saiu o Hélder Postiga? Não tendo jogado de início por que não entrou, no acto da primeira substituição, o Adriano?

Agora que a primeira parte do campeonato está prestes a terminar permita-me Senhor Professor que lhe faça as seguintes três recomendações: Não proponha nenhuma nova aquisição de jogadores na abertura do mercado de Janeiro; estimule superiormente a dispensa, ou a rodagem noutras equipas, de uma boa parte dos atletas recrutados para a presente temporada, de que destaco especialmente os seguintes: Kazmierczak, Mariano González, Leandro Lima, Edgar, Farias e Lino; promova, dentre outros, o regresso imediato do Ibson, do Alan e do Hélder Barbosa; aposte mais nos atletas que provêm das escolas do Futebol Clube do Porto. Se fizer isto vai ganhar folgadamente o campeonato da Primeira Liga, vai ter sérias possibilidades de passar à fase seguinte da Liga dos Campeões, vencendo o Schalke 04, e dará um contributo muito importante para o saneamento das finanças do Clube. Vá por mim, Senhor Professor.

quinta-feira, dezembro 20, 2007

O PINÓQUIO-MOR DA REPÚBLICA

Nunca gostei das pessoas que mentem. Muito menos daquelas que, para atingirem um fim ou obterem proveito pessoal, prometem uma coisa e fazem outra totalmente diferente. É certo que de mentirosos sempre esteve o mundo cheio; mas irritam-me quando os vejo a perorar desalmadamente. Se, no nosso País, há grupos que se caracterizam pela mentira desbragada esse grupo é o grupo dos políticos. Não são, em geral, intrinsecamente sérios, mentem a torto e a direito, acantonam-se por ilhas de intriga, fazem batota para alcançarem o poder, são, por isso, uns empafos inúteis. Que me desculpem os que, apesar de tudo, são honestos e tem feito da política um acto de desinteressada dedicação ao seu País.

Mas se há uma figura da política portuguesa que especialmente se caracteriza pelas mentiras que sistematicamente dirige ou dirigiu ao País, essa figura é o nosso inefável José Sócrates Pinto de Sousa. Sem nunca ter feito nada de socialmente relevante ao longo da vida, nunca olhou a meios para atingir os fins. Antes e depois de ser Secretário-geral do Partido Socialista; antes e depois de ser o Primeiro-ministro de Portugal.

Ora vejam o que aquele senhor disse para ser Primeiro-Ministro e o que fez depois de o ser. Prometeu não aumentar os impostos e a primeira coisa que fez logo que tomou posse foi aumentá-los despudoradamente (IVA, IRS, IRC, ISP, IA, tabaco, selo, álcool, bebidas alcoólicas…); garantiu um crescimento da economia em mais de 3% e o resultado obtido foi o de um pífio 1,5%, muito inferior à média dos países da UE; assegurou, vezes sem conta, que o poder de compra iria folgadamente crescer durante o tempo em que fosse Primeiro Ministro mas o resultado concreto que obteve foi o de uma clara diminuição do poder de compra dos portugueses, hoje calculada em mais de 10% (que o digam os cidadãos da classe média, designadamente os aposentados da função pública que, por exemplo este ano ganham nominalmente menos do que em 2006. Será isto constitucional?); prometeu equilibrar a balança de transacções correntes mas o resultado foi o de que continuamos a importar mais do que aquilo que exportamos; prometeu aumentar o investimento público reprodutivo mas o resultado tem sido precisamente o contrário, isto é, menos 18% do que era 2005; afirmou que o serviço nacional de saúde seria garantido para todos com mais qualidade, mais acessível e menos dispendioso, qualquer que fosse o local e capacidade económica dos portugueses, mas o resultado é hoje claramente negativo, com a prestação de cuidados de saúde muito mais cara e inacessível, e os medicamentos menos comparticipados; teve como certo que a educação e a justiça teriam condições de afirmação positiva como nunca tiveram em Portugal, mas os resultados que se vêem permitem uma leitura substancialmente diferente, com menos qualidade na educação e os serviços de justiça mais lentos e ineficazes.

Muito mais poderia ser dito acerca das promessas de uma vida melhor que o então bacharel de engenharia garantiu aos portugueses para o caso de vir a ser eleito Primeiro-ministro de Portugal. Tudo o que manhosamente prometeu para ser o candidato vencedor das legislativas de 2005 não cumpriu, tendo praticamente falhado em tudo. Salvou-se, neste contexto, o famigerado equilíbrio das contas correntes; mas mesmo aqui à custa do empobrecimento de todos nós. Os portugueses estão, passados dois anos de governo socialista, inequivocamente mais pobres; que o digam todos, mas especialmente os 600000 desempregados e os 2 milhões de portugueses pobres.

Com excepção de uma certa casta de glutões sociais que tudo comem, os portugueses andam tristes, acabrunhados, melancólicos e preocupados com o seu futuro. Há como que um sentimento de descrença geral que todos vêem e sentem, excepto o Primeiro-ministro Sócrates. Já não há esperança em Portugal. Com este Chefe de Governo os portugueses sentem que continuam desesperadamente no caminho de um precipício colectivo, para pouco servindo os biliões de euros que ainda vão chegando da União Europeia. Que fazer perante um panorama destes? DEMITI-LO por um vigoroso processo de indignação colectiva. De que estão à espera os funcionários públicos, os magistrados, os juízes, os professores, os médicos, os enfermeiros, os aposentados, os 600 000 desempregados e os 2 milhões de pobres? De que estão à espera os Sindicatos? Este estado de coisas não pode mais manter-se em Portugal. Estamos todos fartos de um Primeiro-ministro embófia e do seu séquito de “bufos”e acéfalos. BASTA.