terça-feira, agosto 26, 2008

ESPINHO, UMA CIDADE PARADA NO TEMPO


Se há no nosso País cidade que reúne condições excepcionais para nela se poder viver com conforto, com segurança e com qualidade de vida, essa cidade poderia ser a cidade de Espinho. Cidade marítima da região norte de Portugal, do distrito de Aveiro e do grande Porto, Espinho é sede de um pequeno município com 21,42 km quadrados de superfície e uma população de 30 649 habitantes, espalhados pelas freguesias de Anta, Espinho, Guetim, Paramos e Silvalde. Hoje naturalmente integrado na Grande Área Metropolitana do Porto (AMP), o município de Espinho é, por outro lado, limitado pelos municípios de Vila Nova de Gaia, a norte, de Santa Maria da Feira, a leste, de Ovar, a sul, e pelo Oceano Atlântico, a oeste.

Situada à beira mar, de praias atraentes, cidade plana, com área e população reduzida e ainda sem o tráfego e o caos urbanístico dos grandes centros, a cidade de Espinho não tem, infelizmente, e apesar das condições naturais descritas, a atmosfera, a beleza e a qualidade de vida que as populações do mundo de hoje exigem ao poder político constituído. Parada no tempo, Espinho é uma cidade morta, esteticamente desinteressante, desequilibrada, de ruas esburacadas, pouco asseada, com cimento a mais e zonas verdes a menos. Espinho está muito longe de ter o encanto de outras cidades marítimas do norte de Portugal que, sem perda da sua identidade, rapidamente souberam evoluir para padrões de elevada qualidade de vida, como é o caso das cidades de Gaia, Matosinhos, Vila do Conde, Póvoa do Varzim, Esposende e Viana do Castelo. Como é substancialmente diferente a dimensão de quem tem vindo a ter o governo daquelas cidades, comparada com a falta de nível e de visão política de quem tem estado à frente dos destinos da cidade e município de Espinho…

Tem, de facto, faltado a Espinho alguém com visão estratégica de médio e longo prazo. Espinho não tem tido, na última década, poder político capaz de fazer desta cidade a mais bela cidade litorânea do nosso País. Tem-lhe faltado alguém que, dotado de inegável qualidade intelectual, gostasse do belo pelo belo e apreciasse a qualidade de vida da população que ali reside e dos visitantes que a demandam; de alguém que lhe desse dimensão europeia e lhe emprestasse a classe que ainda não possui; de alguém que soubesse promover com afinco o asseio das casas que a povoam e assegurasse com firmeza o bom estado das ruas que a percorrem.

Infelizmente Espinho não tem ainda nem a atmosfera nem o nível de outras cidades congéneres; é objectivamente feia, esburacada, suja e, em certas zonas, incrivelmente poeirenta; Espinho é uma cidade parola, anafada, sem classe; Espinho é claramente o espelho do Presidente que a governa. Até quando? Esperemos que apenas até ao acto eleitoral de 2009. Têm a palavra os munícipes.

4 comentários:

Anónimo disse...

Sou um visitante assíduo de Espinho e tenho saudades do ambiente que ali existia por volta dos anos 60. Do "picadeiro" aos fins de semana... Hoje parece uma cidade morta. Concordo que os habitantes de Espinho merecem melhor sorte. Oxalá que, pelo menos, saibam para já aproveitar bem o enorme investimento feito na estação dos CF.

Anónimo disse...

Além de ser uma cidade sem classe, Espinho é mesmo uma cidade porca. É frequente observar-se ratazanas e baratas pelos matagais e pela imundície que por lá proliferam com inusitada abundância. Espinho, não obstante a coroa de glória do seu Casino, é ainda uma cidade terceiro-mundista por muito que isso custe ouvir ao seu Presidente. Não se percebe bem o que este autarca esteve lá a fazer durante tanto tempo, nem se percebe como a população desta terra o manteve impavidamente sem reacção...

Anónimo disse...

No conjunto dos autarcas portugueses há-os cultos, com nível, com obra feita, honestos, defensores acérrimos das populações que os elegeram. Deste rol já provieram Presidentes da República, Primeiros-ministros, Ministros e Personalidades de inegável mérito no contexto da sociedade portuguesa.
Mas também há os caciques que, arrogantes, tudo levam à sua frente, sem respeito por ninguém, com desprezo das mais elementares normas de cidadania e de boa educação.
O Presidente da autarquia de Espinho é uma personalidade estranha,sem horizontes,de mente fechada, com tiques e apresentação pública de clara tacanhez. Não se percebe como foi possível manter-se tantos anos à frente de uma cidade de tão nobres tradições.
Será por causa das sistemáticas viagens que, todos os anos, faz ao Brasil como assistente social da população idosa do seu município? Já todos terão lá ido?

Anónimo disse...

Todos os comentários anteriores estão certos e todos lamentamos a quantidade de pedras que nos últimos anos passaram a ocupar as ruas do centro de Espinho. Espinho que, como cidade comercial e turística, tem que ter locais para receber quem ia comprar, que já se deslocou para outras paragens. Mas a feira de 2ª f é o Espelho do que rodeia Espinho: milhares de pessoas numa feira típica da idade média ou do sec.XVIII. Mas todos gostam, os milhares de pessoas enchem todas as 2ªf do ano a feira de Espinho...o que quer dizer que adoram e...que também são de sec. passados. É um espectáculo poder recuar 2 ou 3 sec todas as 2ªs feiras e voltar rapidamente ao sec XXI saindo de Espinho. Mas quem vai eleger o rpincipal responsável não são estes forasteiros semanais ou os turistas, mas sim os tais 30 mil habitantes que já tiveram viagens ao Brasil e muitas e muitas benesses...Pode ser que com os novos jardins que irão surgir no próximo ano no local do CF o ambiente do centro de Espinho melhore, seja mais agradável e que todo o conjunto se possa ver com outro olhar. BJ