segunda-feira, agosto 25, 2008

BULGÁRIA, IMPRESSÕES DE UMA VISITA

Há anos que não gozava férias na praia. Fi-lo este ano, no início do presente mês de Agosto. A Bulgária foi o País escolhido, Sunny Beach, na costa do Mar Negro, o local onde permaneci pelo período de uma semana. Optei por esta zona balnear por ter ouvido boas referências das agências que consultei, por me ter sido dado boa nota por familiares que já lá tinham estado e por, nesta época de aperto económico, ser uma das zonas do mundo de mais fácil acesso à bolsa depauperada dos portugueses de uma classe média não muito exigente. Além disso não sairia da Europa e teria a possibilidade de constatar, in loco, o estado de desenvolvimento de um País que tinha recentemente aderido à União Europeia. Por comparação com o nosso País há sempre a curiosidade de se saber em que medida os países da Europa de leste se tem vindo a desenvolver no contexto de uma nova realidade que mal conheciam até há poucos anos. Sabe sempre bem comparar o estado em que estão com o estado de desenvolvimento económico em que está o nosso País.

Sunny Beach, situada a cerca de 30 quilómetros da cidade de Burgas, é a maior estância balnear da costa do Mar Negro, e um local privilegiado para quem quer fazer férias em família, a preço acessível, em praias de areia fina, com dias longos de sol e água do mar a temperaturas muito agradáveis. Com 8 quilómetros de praia espalhados pelo sudoeste da costa do Mar Negro, Sunny Beach oferece, de facto, condições excelentes para uma boa semana de férias passadas com a família, a preços acessíveis.

Quem estiver nesta estância de férias da República da Bulgária, além da praia, tem opções para todos os gostos. Casinos, restaurantes, supermercados, bazares, discotecas e bares com música ao vivo permanecem praticamente abertos 24 horas sobre 24 horas. Quem, além disso, for adepto de uma actividade desportiva pode facilmente fazê-lo com a prática da vela, do windsurf, do jet ski, do ténis, do mini golfe, do bowling, do ciclismo, dos passeios a cavalo ou até mesmo dos mergulhos em centros de mergulho adequados. Ainda não há golfe na zona, mas pensa-se que haverá a curto prazo.

Quem, além de tudo aquilo, estiver na disposição de querer saber alguma coisa mais acerca da Bulgária e do povo búlgaro pode deslocar-se a Varna e passar um dia em Nessbar. Visitando Varna ficará com uma ideia acerca do segundo maior centro económico e da terceira maior cidade do País, do que são, durante o percurso rodoviário, algumas das suas aldeias rurais e de como são alguns dos montes da famosa cordilheira dos Balcãs. Indo a Nessbar verá uma das mais antigas cidades da Europa, nascida no já longínquo século segundo antes de Cristo, desde 1956 património da humanidade e, hoje em dia, um local de visita obrigatória para quem está neste País da Europa oriental pelo exotismo das suas construções de madeira, pela grandiosidade arquitectónica das suas igrejas medievais, pela atmosfera agradável que ali se sente.

As actividades que acabo de descrever têm, no entanto, por detrás um serviço que está muito longe dos níveis de qualidade praticados pela maioria dos Estados que integram a actual União Europeia em particular e o mundo mais desenvolvido em geral. A prestação turística é ainda muito básica e de fraca qualidade, os hotéis apresentam enormes deficiências de funcionamento, a exploração do turista é uma constante bem visível, a comida é globalmente fraca, a ganância pelo dinheiro rápido grassa a olhos vistos, a corrupção é palavra corrente a todos os níveis da sociedade, especialmente dos serviços da administração pública. Nesta matéria, lá como cá…

Gostei de ter visitado este País da ex-cortina de ferro. País pobre, altamente dependente dos fundos estruturais da União Europeia, de pessoas simples e acolhedoras, a Bulgária está hoje para Portugal em termos de desenvolvimento socioeconómico como o nosso País estava para a França há trinta anos atrás. Ter ido a este País da União Europeia foi como regressar ao Portugal dos tempos do início da revolução de Abril. Foi esse o sentimento que tive. Só por isso passei a apreciar muito mais o meu País, só por isso passei a viver, pelo menos por uns tempos, muito menos deprimido
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1 comentário:

Anónimo disse...

Fiquei esclarecido. De algumas experiências (poucas) que fiz já tinha concluido que prefiro o Algarve, para fazer uns dias de praia e saborear um bom peixe...