segunda-feira, maio 19, 2008

COMPETENTE MAS IRRITANTEMENTE INCAPAZ


Falar depois de se conhecer o resultado dum jogo de futebol é sempre muito fácil. Na vitória, o treinador foi competente, na derrota o treinador não prestou para nada. É o que este ano aconteceu com o professor Jesualdo Ferreira: foi competente por ter sido campeão nacional dois anos seguidos; acaba de ser considerado incapaz por ter sido derrotado na final da Taça de Portugal pelo Sporting Clube de Portugal.

Considero Jesualdo Ferreira um treinador vitorioso e com capacidade de organização para um campeonato de trinta jornadas; mas também o considero medíocre para um tipo de jogo em que esteja em causa a vitória num único jogo. São prova da sua capacidade os dois campeonatos seguidos na Primeira Liga de Portugal nos anos de 2006/2007 e 2007/2008; provam a sua incompetência para vencer finais ou jogos decisivos as duas derrotas com o SCP na última Taça Cândido de Oliveira e na final da Taça de Portugal da tarde de 18 de Maio de 2008. Contra factos não há argumentos.

É pena que o Professor Jesualdo Ferreira ainda não tenha percebido que o FCP nunca pode entrar numa competição para empatar ou ganhar à tangente. Sempre que isso aconteceu consigo o FCP perdeu. Perdeu com o Sporting por três vezes em ano e meio, foi fatalmente derrotado pelo Chelsea, Liverpool e Schalke 04 nas duas últimas edições da Champions League.

Jesualdo tem um medo enorme de perder um jogo. Isso tem sido notório sempre que o figurino da equipa passa do seu habitual modelo ofensivo para um modelo de nítida defesa de um resultado tangencial. Antes da final desta última edição da Taça de Portugal nunca me passou pela cabeça que Jesualdo viesse, uma vez mais, a incorrer nesse erro. Incorreu e perdeu de novo. Não se percebe que João Paulo tenha alinhado a defesa esquerdo, sendo um central; não se entende por que fica de fora da equipa o avançado Tarik Sektoui, substituído por um desengonçado Mariano González, de pendor mais claramente defensivo.

Só por ter medo de perder é que Jesualdo abandona o seu habitual esquema de jogo de 4-3-3, substituindo-o, sem razão, por um sistema defensivo de 4-2-2. Sem José Bosíngwa, com Tarik Sektoui inexplicavelmente no banco e com um sistema de jogo virado mais para a defesa do que para o ataque, o resultado só poderia ser o que foi nesta final do Estádio do Jamor. Tem sido sempre assim, provam-no os desaires acima referidos. Até quando, Senhor Professor? Espero que definitivamente tenha aprendido a lição. Os desafios da nova época desportiva assim o exigem, o Futebol Clube do Porto quer que o Senhor deixe de ser medroso. Veja lá se consegue...

3 comentários:

Anónimo disse...

Estou farto de jogar finais da Taça de Portugal em casa do adversário. Jogar no Jamor é, em presença de adeptos, a mesma coisa que jogar no campo do Benfica ou do Sporting. Não há equidade desportiva. Toda a gente entende isso excepto os adeptos daqueles clubes e os senhores bem falantes da classe política e da Federação Portuguesa de Futebol.
Ainda se lembram do tempo em que o Presidente da FPF tinha que ser, rotativamente, um sócio ou adepto de um dos três clubes de Lisboa? As finais da Taça de Portugal no Estádio do Jamor são ainda um dos resquícios da ditadura a que urge por termo. Por muito que issso custe aos caciques da capital.

Anónimo disse...

O árbitro desta final não foi um árbitro isento. Complacente para com o Sporting foi inadequadamente implacável para com o Porto. Teve influência no resultado mas ficou bem visto perante os poderes fedorentos de Lisboa, de Maria José Morgado, de Luís Filipe Vieira, Leonor Pinhão e a ex-alternadeira Carolina Salgado.
Que nunca lhe pese a consciência...

Anónimo disse...

Não sei o que lhes passa pela cabeça, mas, volta e meia, os treinadores de futebol dão-se ao gozo sádico de inventar. Foi o caso de Jesualdo Ferreira no jogo da Taça de Portugal. Essa de, tendo um defesa esquerdo de raíz, por a lateral esquerdo o defesa central João Paulo, não lembra o diabo.
Não é o único nem foi o primeiro treinador a estragar um modelo rotinado de jogo.
Lembram-se dum jogo das meias finais da então Taça dos Campeões Europeus, Barcelona-Futebol Clube do Porto,em que Boby Robson se permitiu por também a lateral esquerdo o defesa central Aloísio? Esse disparate custou ao FCP uma derrota pesada de 3-0 e uma não presença na final dessa competição.
Espero que Jesualdo se deixe, no futuro, de disparates tácticos. As asneiras que cometeu em dois anos e meio custaram ao FCP os seguintes desaires: uma Taça Cândido de Oliveira e uma Taça de Portugal a favor do Sporting Clube de Portugal; uma derrota perante o Chelsea e a não passagem às meias finais da Champions League; uma derrota estúpida perante o Schalk 04 e a não passagem aos quartos de final dessa mesma liga europeia na época desportiva que hoje termina em Moscovo.
Tenho dúvidas de que o Professor Jesualdo Ferreira tenha dimensão para o FCP...