QUE MAL FIZEMOS NÓS SENHOR PRIMEIRO-MINISTRO?
Por não terem, há anos, aumentos salariais correspondentes, no mínimo, aos valores da inflação, o seu poder de compra é hoje muito menor do que era há dois anos atrás. Não surpreende por isso que famílias com rendimentos mensais da ordem dos € 5.000,00 se vejam hoje em sérias dificuldades para honrar os compromissos correntes e os contraídos extraordinariamente como é, por exemplo, o caso do pagamento das prestações mensais do carro e da sua própria casa de habitação. Se portugueses com aquele nível de rendimento se encontram em situação financeiramente difícil, que dizer das famílias das classes média-média e média-baixa, em que os salários são significativamente mais baixos? É fácil adivinhar o que passa nas famílias portuguesas próximas dos salários mínimos ou abaixo deles. Muitos estarão já na antecâmara da indigência.
Apesar de tudo o Orçamento do Estado para 2007 prevê um aumento generalizado de 1,5% para toda a função pública, entendida em sentido amplo. É pouco mas é algum, o suficiente apenas para que o seu empobrecimento se faça nesse ano mais devagar.
Não se entende a razão pela qual ficaram de fora deste ignóbil aumento os aposentados com pensão acima de um determinado valor. Porquê? Terão eles que empobrecer mais depressa ainda? Um ex-funcionário que se tenha aposentado há quatro anos tem hoje um nível de rendimentos inferior em mais de 10%. Não foi aumentado durante todos esses anos e o aumento de preços subiu sempre durante todo esse período. Por que razão não foram contemplados para 2007 com o miserável aumento de 1,5% previsto para os restantes funcionários e agentes do Estado? Não terão eles também esse direito? Não será esta decisão do Governo uma medida segregadora de portugueses, cujo execrável crime é estarem reformados e terem já pago, com os seus descontos, as pensões de outros que ainda o são ou já faleceram? Estes ex-funcionários estão a ser amplamente penalizados para o ano de 2007: vão pagar mais impostos do que pagaram nos anos anteriores e vão ganhar 2,5% menos do que ganharam em 2006.
Será isto justo? Não será isto um acto de inaceitável discriminação? Que raio de socialismo é este dum Governo que se diz Socialista? Para ganhar as eleições foi, poventura, prometido congelar os salários, aumentar os impostos e segregar portugueses?
Assim não, Engenheiro José Sócrates? Já sabe o que se passa na Hungria, pois sabe? Se sabe prepare-se então para o pior. Quem mente e intruja terá sempre a recompensa que merece.
2 comentários:
Boa!!!
Espero que continue a escrever com maior intensidade.
O Alan já leu?
Acho que agora está na altura de escrever sobre a eventual independência do Norte. Note: Portagens no Norte, dinheiro para o metro do Sul, obras públicas no Sul ....
Eu que até votei contra a regionalização, acho que está a ser demais. Sustentar Lisboa está a ser sufocante.
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