THE
Durante doze dias tive o privilégio de estar em CAPE TOWN. Cidade importante da República da África do Sul é igualmente uma das cidades mais bonitas do mundo. Pude confirmá-lo.
Algumas ideias-chave puderam ser retidas da minha breve passagem por esta cidade do sul do Continente Africano: Há dentro de CAPE TOWN duas cidades contraditórias: uma muito rica com cerca de um milhão de habitantes e outra muito pobre com mais de três milhões e meio; a beleza natural desta cidade é visível nas montanhas que a circundam, no Atlântico que a sobraça, nas baías que a penetram e nas praias que a rodeiam; WATERFRONT, VITORIA HARBOUR, TABLE MOUNTAIN, HEAD LION, CAMPS BAY, SEA POINT e DISTRICT SIX são, entre outros, os ex-libris duma cidade alegre, bonita e cosmopolita, em que convivem pacificamente pessoas de raças e credos muito diferentes; a Cidade do Cabo é hoje uma cidade central de Congressos mundiais e internacionais aonde afluem, com regularidade, investigadores, médicos, artistas, economistas, cientistas e políticos de todo o mundo. Constatei, por exemplo, a visita oficial do Presidente PUTIN, acompanhado duma multidão de empresários russos, prontos para, sem receio, procederem a vultuosos investimentos nesta cidade e no território Sul-africano.
Viver na Cidade do Cabo é, sem exagero, estar a viver numa qualquer cidade do mundo mais desenvolvido. Cape Town é uma cidade atraente; tão atraente que, como consequência disso, pode estar a padecer de dois males incontornáveis: subida acelerada do custo de vida e proliferação de uma multidão de imigrantes provenientes de outras zonas do País e de países fronteiriços, concentrados sem condições nas chamadas townships. Receio bem que as townships (bairros da lata) se possam transformar numa panela de alta pressão que, a explodir, degenere num clima de incontrolável e perigosa convulsão social. O Governo Sul-africano está atento mas é latente a ameaça de graves tumultos a partir desta problemática área dos subúrbios da cidade.
Ir à Cidade do Cabo não é apenas ficar pela cidade e arredores. É também ir ao seu admirável countryside e percorrer Chapman’s Peak Drive, Hout Bay, Cape Point, Cape of Good Hope, Penguin Colony e Kirstenbosch Botanical Gardens; é deslumbrar-se com False Bay e com a simpática vila de Hermanus e é fazer uma prova de vinhos nas WINELANDS; mas é também ir a ROBBEN ISLAND conhecer a cela número 5 da prisão-museu e perceber as condições penosas em que Nelson Mandela viveu durante 18 anos na luta que travou contra o apartheid, na defesa de uma outra República Sul-africana, livre e democrática, e onde todos pudessem viver em paz, com os mesmos direitos, oportunidades e obrigações.
Visitei demoradamente THE CAPE OF GOOD HOPE e não consegui ficar indiferente. Comovi-me. Gostei por uma vez de ser português e senti-me orgulhoso dos meus compatriotas que, antes de todos os outros, por lá passaram há mais de quinhentos anos. Que a determinação de Bartolomeu Dias e de Vasco da Gama nos pudessem, hoje, servir de inspiração positiva para a redescoberta de um País que deixasse de vez o CABO DAS TORMENTAS em que tem estado penosamente mergulhado e passasse em definitivo para além do CABO DA BOA ESPERANÇA …
1 comentário:
Parabens pela excelente descrição que faz de Capetown mas...eu quando lá fui queria ver o ADAMASTOR e só comprendi que ele existiu na mente dos marinheiros quando, de helicóptero, e vindo da tal prova de vinhos, se vê o Cabo da Boa Esperança e as inúmeros baias que existem antes de se chegar lá. Só aí compreendi que todos andaram perdidos dias sem fim até chegarem ao Cabo. E estavem tão perto mas...nem havia mapas, nem helicópteros... Parabéns pela descrição e por ter sentido o que é estar no Cap of Good Hope de que tanto nos falaram nos nossos anos de ensino. BJ
Enviar um comentário