quinta-feira, junho 19, 2008

BYE-BYE, SENHOR FILIPE SCOLARI


Portugal perdeu o jogo com a Alemanha por 3-2 mas perdeu muito mal. Se foi mal batido nos três golos, o modo como sofreu o terceiro foi absolutamente inaceitável. O guarda-redes português ficou muito mal na fotografia, independentemente de o golo ser precedido de falta ou não. Houve, de facto, falta sobre Paulo Ferreira, mas Ricardo, na sua área de intervenção, tinha que controlar a bola antes de a mesma ser cabeceada com êxito pelo avançado alemão. Se Ricardo Ferreira já tinha tido responsabilidades na perda de um campeonato por parte do Sporting Clube de Portugal (não chegou à bola com as mãos onde Luisão “tropeçou” com cabeça…) também o seu desempenho como guarda-redes da selecção nacional ficará, para sempre, ligado às derrotas do meu País no EURO de 2004 e agora no de 2008. Excelente dentro da baliza foi sempre um desastre ao sair dela. Altamente protegido e apaparicado por Scolari e por uma certa imprensa de Lisboa, Ricardo Ferreira nunca foi o guarda-redes de que Portugal precisava. Nem ele, nem Petit, nem Nuno Gomes. O resultado é o que se vê, uma profunda desilusão.

Luís Filipe Scolari passou pelo futebol português sem glória. Quase que ganhava tudo mas acabou por não ganhar absolutamente nada. Para o que fez, qualquer treinador de qualidade média fazia o mesmo, a menor custo e sem dividir os portugueses. Ainda bem que se vai embora. O futuro dele à frente do Chelsea provará que não passa de um grande bluff.

Scolari nunca foi um seleccionador isento e, por vezes, fez dos portugueses uma gente menor. Não gostei que o símbolo do meu País tivesse sido por ele usado ao serviço dos seus intentos pessoais e sempre detestei a forma como tratou o melhor clube português dos últimos vinte anos. Ainda está por explicar a exclusão de Vítor Baía do EURO 2004 e nunca se entendeu a provocação que lhe foi feita, bem como ao Futebol Clube do Porto, de se ter permitido convocar o terceiro guarda-redes deste clube para os trabalhos da selecção no período de preparação para aquele torneio internacional.

Um seleccionador nacional nunca pode ter o comportamento que teve no fim do jogo com a Sérvia, revelando mau perder e “cumprimentando a soco” um dos atletas adversários. Um seleccionador nacional, em pleno campeonato da Europa de 2008, nunca deve vir a público com a notícia de que já tinha celebrado contrato com uma nova equipa de futebol. Ao tê-lo feito traiu a entidade patronal que lhe pagava, humilhou os portugueses e deu-se ao desplante de ser um mau exemplo para os próprios atletas que dirigia. Desde que fez esse anúncio, por coincidência ou não, Portugal nunca mais ganhou um jogo do Euro: perdeu com a Suíça e perdeu hoje com a selecção da Alemanha.

Scolari vai-se embora e ainda bem que vai. Não ganhou nada, não foi isento, dividiu os portugueses, teve comportamentos reprováveis e, em termos de carácter, deixou muito a desejar. Parte sem glória e não deixa saudades. Que seja muito feliz e que outros o queiram aturar…

3 comentários:

Anónimo disse...

Scolari foi mais um vendedor de produto do que um técnico de futebol com visão, estratégia e acção de jogo.Vendeu bem a sua imagem perante os portugueses mas, de facto, nunca foi capaz de formar uma equipa consistente e coerente. Rodeou-de de um conjunto de atletas, quase sempre os mesmos, mimou-os e não foi competente para fazer deles uma grande equipade futebol.
Scolari demonstrou ser um técnico medíocre, arrogante, criador de divisões, de mente fechada a tudo o que fosse crítica às suas opções.
Portugal não ganhou nada com a sua passagem pela Selecção Nacional. Scolari não fez história e não deixou obra que pudesse ser agora continuada. O novo treinador tem que começar tudo de novo

Anónimo disse...

Se eu tivesse a responsabilidade de escolher um novo Seleccionador Nacional de Futebol escolheria um de dois treinadores: Carlos Queirós ou Manuel José.
Ambos são profundos conhecedores do fenómeno desportivo, ambos têm personalidade forte, ambos têm experiência internacional, ambos têm mentalidade vencedora, ambos têm no seu currículo uma vasta gama de torneios internacionais ganhos.
De que estará à espera Gilberto Madaíl?

Anónimo disse...

Scolari não me desagradava em alguns aspectos, mas a pouco e pouco fui alterando a minha opinião. Ainda ontem (com a Espanha) ficou provado que poderiamos vencer a Alemanha. Parece-me que criou um espirito de grupo que não existia na nossa selecção, mas pouco mais do que isso. Concordo que no Chelsea pára perto...