segunda-feira, setembro 24, 2007

DEVE SCOLARI DEIXAR A SELECÇÃO NACIONAL?


A falta que Luís Filipe Scolari cometeu no fim do jogo Portugal-Sérvia foi uma falta muito grave. Tão grave que deveria ter dado origem a uma de duas atitudes: demissão a pedido do próprio, ou despedimento, por justa causa, a cargo da Federação Portuguesa de Futebol. Todos sabemos que nenhum destes caminhos foi seguido quer por um quer por outro. O empregado Luís Filipe, agarrado ao poder e às benesses que a função lhe atribuía, não pediu a demissão, renegou ainda a quente a agressão que todo o mundo viu, deu, umas horas depois, o dito por não dito, pediu desculpa pelo erro cometido e, sancionado pela UEFA com quatro jogos de suspensão, decidiu interpor recurso dessa punição, alegando estar a ser vítima de um castigo desproporcionado. O empregador Gilberto Madaíl, encolhido na concha de interesses que o comum dos mortais não conhece, ignorou praticamente o incidente e tentou mesmo branqueá-lo junto das altas esferas do futebol europeu. Sublime, não acham?

Confesso que nunca gostei deste Seleccionador Nacional e já o escrevi neste espaço, numa época em que aquele senhor ainda estava em estado de graça junto da generalidade dos portugueses. Desde sempre me irritou a forma como se relacionava com os portugueses e os clubes. Scolari foi, sem razão, especialmente agressivo com o Futebol Clube do Porto, arrogante com os jornalistas que dele discordavam e paternalista doentio com os portugueses que nele ingenuamente confiavam. Sempre me indignei com a forma como Scolari se dirigia aos portugueses, quando, do alto do seu pedestal, os tratava como se todos fossem uma cambada de analfabetos, integrantes de um País subdesenvolvido e menor. Há quem o ache um líder de primeiro plano. Para mim é um chefe sem classe, é um capataz de gente amorfa, é um sargento do tipo brutamontes. Mas também não gostei dele por razões de ordem técnica. Não foi capaz de aproveitar com sucesso os jogadores de craveira internacional que foram postos à sua disposição, não foi isento na escolha dos melhores profissionais de cada momento, tem sido inapto na formação de uma equipa renovada. Desaparecida a equipa base de José Mourinho tem-se visto “grego” para formar uma equipa ganhadora. Os resultados estão à vista: Portugal nunca ganhou nada e está a correr sérios riscos de não se apurar para o próximo Campeonato da Europa.

Luís Filipe Scolari não tem hoje condições para continuar no exercício das suas funções em Portugal. A falta que cometeu é muito grave, fragilizou-o para os próximos tempos. Um comandante debilitado torna fracos os seus comandados, é um derrotado à partida. Por isso, ou inteligentemente se afasta ou tem que ser afastado. Não falta, em Portugal, quem seja capaz de fazer melhor nesta fase crítica de apuramento da Selecção Nacional para o Europeu de 2008. Mourinho não disse, um dia destes, que, numa situação de emergência, se dispunha a sobraçar o cargo de Seleccionador Nacional? De que está à espera Senhor Presidente da Federação Portuguesa de Futebol? Que causas justificam a sua inadmissível hesitação, Senhor Dr. Gilberto Madaíl? Por favor, esclareça-nos...

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