UMA LAMENTÁVEL PERRICE POLÍTICA
O referendo sobre o aborto que vai ocorrer em Portugal no dia 11 de Fevereiro é uma teimosia da esquerda portuguesa. Duma esquerda chata, obsoleta, inútil e extremamente perniciosa para o nosso País. A legislação que vigora quanto à interrupção voluntária da gravidez já é suficiententemente generosa e nada se justificava que o povo português tivesse que ser, de novo, chamado a pronunciar-se sobre uma matéria que já foi, há apenas 8 anos, objecto de uma clara opinião.
Como o resultado não foi, no referendo de 1998, o que o espectro político de esquerda esperava, nunca mais houve sossego enquanto não foi marcada nova data para se tentar obter agora o que não foi conseguido anteriormente. O comportamento desta sui-generis esquerda portuguesa faz-me lembrar aquele jogador de futebol que, ao falhar um penalti decisivo, quer, acto contínuo, repeti-lo, para ver se obtém o golo que por acto lícito não conseguiu. Isto é batota. O referendo que aí vem é uma insuportável trapaça política. Com um País em crise de identidade, fazer, nesta altura, um referendo sobre o aborto é não ter a noção das prioridades nacionais e andar a brincar com a paciência dos portugueses. Simplesmente lamentável.
Pena tenho que outros responsáveis se tenham deixado ingenuamente envolver na trapaça de uma lamentável perrice política. Assim vai o nosso País…
3 comentários:
Tem toda a razão! São os custos económicos do referendo, assim como custos económicos e humanos que nos querem impor com o 'Sim'...
Pela Vida direi sempre NÃO!!!
Boa e oportuna cortina de fumo para que os portugueses se entretenham com "este aborto" enquanto o Estado vai cumprindo sem dó nem piedade a sua missão de rapina que irá deixar exangue a sociedade civil deste pobre País.
Se o não ganhar o "titrezinho" que nos governa, faz perrice e não permite alteração á lei vingente.
Temos homem de fraldas como mercemos!
Na minha opinião a questão a que se vai responder pouco ou nada tem a ver com o aborto e pior ainda serve para esconder uma lei que abusivamente e a coberto da "tal" pergunta o governo e "essa" esquerda pretende ver aprovar.
A lei tal como está só peca pela existência da penalização. Esse é o único aspecto que , na minha opinião, deveria ser objecto de reflexão profunda e em sede de direito ser convenientemente trabalhado.
A discussão que aconteceu e a que quiseram chamar de esclarecimento é uma cacafonia atroz que confunde mais do que esclarece.
A este governo, mais uma vez acuso de covardia e de oportunismo, pois não teve a lisura de tentar legislar como a lei lhe permitia sobre um assunto da sua competência.
E se nem para legislar dentro da sua esfera de competência o bando do Sr. Sócrates serve, porque não se vão todos embora e nos deixam com alguém que saiba e queira governar ?
Vem-me ao pensamento uma frase de um professor de filosofia (Pe Manuel Pereira Gomes sj) dita num período turbulento logo após o 25 de Abril de 1974 : " Temos o país que merecemos e merecemos aquilo que somos..."
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