GERAÇÃO SACRIFICADA
O Manuel Bernardo é um hoje dos muitos aposentados da função pública, exactamente um daqueles que muito irrita a dupla José Sousa / Fernando Santos. É, como muitos outros, uma espécie de “embrulho humano” que aquela dupla política considera inútil no contexto da sociedade portuguesa, face ao crime de, depois de uma longa vida de trabalho duro ao serviço do País, ter tido direito, para o resto da vida, a uma pensão superior a dois mil e quinhentos euros mensais…!!!
Nascido em meados do século vinte, filho de gente simples de uma das aldeias rurais do norte de Portugal, o Manuel Bernardo desde cedo se apercebeu das dificuldades da vida. É certo que nunca passou fome, mas quase sempre viveu com dificuldades, raramente teve os brinquedos que outros meninos da sua idade, ao tempo, já conseguiam ter. Ao contrário de José S. Pinto de Sousa e de uma maioria chique dos políticos que hoje governam Portugal e que não sabem como se desenvolve um feijão ou se forma uma espiga, Manuel Bernardo viu, com os próprios olhos, o milho crescer, as uvas madurarem, os figos sazonarem, as batatas crescerem, os animais domésticos medrarem. O Manuel não confunde um sobreiro com um carvalho, um pinheiro com um eucalipto, uma semente com um tubérculo. O Manuel distingue o centeio do trigo, e vê a diferença entre uma couve e um repolho, entre uma alface e um agrião. O Manuel sabe, desde criança, o que é a vida rural, mas também sabe o que a vida numa vila ou numa cidade. Sabe o que é estudar na escola primária de uma aldeia longínqua do norte de Portugal, ou no liceu de um concelho do interior duriense; mas também sabe o que é estudar nos bancos de uma grande universidade do norte do País.
O Manuel Bernardo, desde tenra idade profundo conhecedor da vida e dos seus enredos, nunca os temeu, mas soube, com privações, vencê-los e fazer-se por si próprio. Foi sempre um aluno brilhante na escola e no liceu, e concluiu, sem cunhas ou falcatruas, uma licenciatura universitária. Não foi, como muitos, desertor e soube servir o seu País na hora de, com sacrifício pessoal e familiar, ir à guerra colonial. Lealmente competitivo nas actividades profissionais que exerceu, desempenhou cargos de responsabilidade no sector público e no sector privado. Sempre teve os seus impostos em dia, e sempre contribuiu solidariamente para sustentar, com o dinheiro que descontava, os que então viviam já dos rendimentos de reforma. O Manuel, com os impostos que pagou, foi e quis ser sempre solidário para com os cidadãos do País onde nasceu. Cumpriu com dignidade os deveres de pessoa responsável.
O Manuel Bernardo teve mundo enquanto estudou e trabalhou, e foi também capaz de planear, com as armas que pôde, a sua reforma futura. Fez os descontos que a lei obrigava, organizou os seus planos de poupança. Tal como soube vencer os obstáculos da vida activa, soube também, pensava ele, preparar-se para o resto da sua vida não activa. Queria justamente ter, na situação de aposentado, o mesmo nível de vida que foi tendo durante o tempo em que trabalhou.
Manuel Bernardo está profundamente indignado. Os seus rendimentos são hoje 20% menos do que eram no acto da obtenção da sua reforma. Nunca mais foi aumentado e passou a pagar mais impostos do que aqueles que pagava; a partir de 2007, recebeu nominalmente menos do que antes recebia, e, para 2008, vê a sua reforma, uma vez mais covardemente desvalorizada. Sente-se a empobrecer. Será isso socialmente justo? Só para crápulas como a dupla José Sousa / Fernando Santos é que isso parece ser justo. Os crápulas, diz Manuel Bernardo, foram e são sempre assim: arrogantes para com os fracos; poltrões para com os fortes.
Nascido em meados do século vinte, filho de gente simples de uma das aldeias rurais do norte de Portugal, o Manuel Bernardo desde cedo se apercebeu das dificuldades da vida. É certo que nunca passou fome, mas quase sempre viveu com dificuldades, raramente teve os brinquedos que outros meninos da sua idade, ao tempo, já conseguiam ter. Ao contrário de José S. Pinto de Sousa e de uma maioria chique dos políticos que hoje governam Portugal e que não sabem como se desenvolve um feijão ou se forma uma espiga, Manuel Bernardo viu, com os próprios olhos, o milho crescer, as uvas madurarem, os figos sazonarem, as batatas crescerem, os animais domésticos medrarem. O Manuel não confunde um sobreiro com um carvalho, um pinheiro com um eucalipto, uma semente com um tubérculo. O Manuel distingue o centeio do trigo, e vê a diferença entre uma couve e um repolho, entre uma alface e um agrião. O Manuel sabe, desde criança, o que é a vida rural, mas também sabe o que a vida numa vila ou numa cidade. Sabe o que é estudar na escola primária de uma aldeia longínqua do norte de Portugal, ou no liceu de um concelho do interior duriense; mas também sabe o que é estudar nos bancos de uma grande universidade do norte do País.
O Manuel Bernardo, desde tenra idade profundo conhecedor da vida e dos seus enredos, nunca os temeu, mas soube, com privações, vencê-los e fazer-se por si próprio. Foi sempre um aluno brilhante na escola e no liceu, e concluiu, sem cunhas ou falcatruas, uma licenciatura universitária. Não foi, como muitos, desertor e soube servir o seu País na hora de, com sacrifício pessoal e familiar, ir à guerra colonial. Lealmente competitivo nas actividades profissionais que exerceu, desempenhou cargos de responsabilidade no sector público e no sector privado. Sempre teve os seus impostos em dia, e sempre contribuiu solidariamente para sustentar, com o dinheiro que descontava, os que então viviam já dos rendimentos de reforma. O Manuel, com os impostos que pagou, foi e quis ser sempre solidário para com os cidadãos do País onde nasceu. Cumpriu com dignidade os deveres de pessoa responsável.
O Manuel Bernardo teve mundo enquanto estudou e trabalhou, e foi também capaz de planear, com as armas que pôde, a sua reforma futura. Fez os descontos que a lei obrigava, organizou os seus planos de poupança. Tal como soube vencer os obstáculos da vida activa, soube também, pensava ele, preparar-se para o resto da sua vida não activa. Queria justamente ter, na situação de aposentado, o mesmo nível de vida que foi tendo durante o tempo em que trabalhou.
Manuel Bernardo está profundamente indignado. Os seus rendimentos são hoje 20% menos do que eram no acto da obtenção da sua reforma. Nunca mais foi aumentado e passou a pagar mais impostos do que aqueles que pagava; a partir de 2007, recebeu nominalmente menos do que antes recebia, e, para 2008, vê a sua reforma, uma vez mais covardemente desvalorizada. Sente-se a empobrecer. Será isso socialmente justo? Só para crápulas como a dupla José Sousa / Fernando Santos é que isso parece ser justo. Os crápulas, diz Manuel Bernardo, foram e são sempre assim: arrogantes para com os fracos; poltrões para com os fortes.
2 comentários:
Fui um dos que na televisão viu o gesto de enfadonho que o Ministro das Finanças fez perante a pergunta de um jornalista acerca de quem tinha e não tinha direito à valorização da sua pensão de reforma. FTS fez um trejeito de desprezo perante essa desprezível classe de aposentados que cometeram o hediondo crime de terem uma pensão superior a 2500,00euros mensais. Esses não merecem nada, respondeu ele com enfado ao jornalista.Senti-me incomodado. Se o gesto é tudo, o gesto de Teixeira dos Santos revela o que ele é. Manuel Bernardo chama-lhe cobarde; eu acho que ele e José Sócrates são uns monstros de indignidade humana. Raios os partam...!!! Que o destino lhes reserve o que merecem
Não é violento. É a verdade com todas as letras. Infelizmente estamos entregues...
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