A Assembleia da República teve que adiar no dia 12 de Abril a aprovação de alguns diplomas legislativos por falta de quórum de deputados. Dum total de 230 apenas estavam presentes 111, menos 5 do que os necessários para se proceder à votação de 8 propostas do Governo e de um protesto do CDS/PP. E o que é curioso é que, do número constitucional de 230 deputados, houve 198 deputados que assinaram o ponto. Há gente que mentiu, há deputados que assinaram e deram o tiro. Chama-se a isto fraude, senhores deputados...
Embora parecendo incrível, este comportamento é, infelizmente, habitual entre os legítimos representantes da nação. São useiros e vezeiros neste tipo de falcatruas, sempre que se vislumbra uma oportunidade de darem o saltito ao Algarve ou de fazerem umas mini férias no estrangeiro. Mandam às malvas quem neles politicamente votou e confiou, descaradamente esquecem as responsabilidades que prometeram assumir em campanha eleitoral e já investidos nos lugares para que foram eleitos.
Mas alguém de bom senso acredita que a maioria dos deputados portugueses está na Assembleia da República para trabalhar pelo País? Eles apenas estão lá como modo de vida; ser deputado significa, para uma boa parte deles, ter a garantia de um bom emprego durante anos e o direito a ter, bem cedo, uma reforma confortável para toda a vida.
Dos 198 deputados que assinaram o ponto de manhã houve 87 que, fazendo-se oficialmente presentes, estiveram ausentes na hora da votação. Deram de si e do Órgão de Soberania que representam um confrangedor exemplo de irresponsabilidade. Não cumpriram ostensivamente os seus deveres e mentiram sem escrúpulos ao País. É uma fraude o que fizeram.
Que fazer àquela cambada de 87 irresponsáveis? Em primeiro lugar denunciá-los publicamente pelo nome perante o País; e à falta de outra alternativa imediata, bani-los definitivamente do exercício de quaisquer funções políticas que decorram de futuros actos eleitorais. É o mínimo. É que ser-se político é ser-se em primeiro lugar sério. E aqueles senhores não foram.
1 comentário:
Caro irritante,
E assim se vive nesta República das Bananas, onde ser honesto não compensa e ser desonesto não traz castigo !
A este facto eu chamo burla e dolo ! Deveria ser possível agir contra estes senhores e senhoras. A Instituição a que esse grupo (apetece-me dizer CORJA em vez de grupo) pertence deveria ter um regulamento que punisse exemplarmente este tipo de procedimento.
Se na Instituição que legisla e de certa forma "vigia" o sistema político português, se permite que uma coisa dessas aconteça, há que mudar tudo, pois com uma "corja" dessas, as leis servirão garantidamente interesses sem escrúpulos e garantidamente pouco altruístas...
Senhores políticos, enquanto o exemplo transmitido para o País real for este, mantenham-se calados e quietos pois quietinhos fazem menos mal ao país !
Assina: um descrente do sistema político vigente.
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